Lá para o fim
Já não frequento o café
Nem de subúrbio, nem de cidade:
A minha vida, agora, é
Uma bengala e a saudade.
Perdi interesse pela evasão.
O rodear-me de nova gente.
Ganhei o gosto por outro pão
Mais indicado para o meu dente.
Nenhuma escrita já é memória.
Já não me perco por qualquer lado.
Deixei o nome na sua glória.
Deixei o corpo no seu pecado.
Fluía o verso. Mas, hoje, estanca
Ante uma alma de austero porte.
Foi rosa rubra. É rosa branca.
Que imaculada lhe seja a morte.
Restos de Quase Nada e Outras Poesias (Averno 011)