CORPO SEM FACE

Habitei o teu corpo numa tarde
Dos finais do Estio,
Quando o Sol ainda arde
E o mar é já um arrepio.

Numa praia remota,
O teu corpo ondeou como o vento na duna.
Soltaste um grito de gaivota.
E afoguei-te em espuma.

Chegou a noite na Lua Cheia.
E a solidão de quanto faço
Pisou areia.
Galgou o espaço.



Ainda Não (Averno 032)